Próximo de completar três meses na prisão, José Dirceu demonstra descontentamento com a sua situação e quer sair de trás das grades nem que, para isso, precise usar uma tornozeleira eletrônica. A revelação foi feita a pessoas que estiveram com o ex-ministro na última sexta-feira e relataram o pedido ao Metro Jornal.
O apelo foi durante a inspeção feita por integrantes da Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), que preparam um relatório sobre a situação do presídio da Papuda. Os advogados também ouviram de Dirceu que a redução da pena por leitura de livros vem sendo descumprida. A lei penal garante quatro dias a menos de detenção para cada livro lido.
O ex-ministro cumpre pena de 7 anos e 11 meses no regime semiaberto, mas o pedido para trabalhar tem se arrastado após a denúncia de que ele teria usado um telefone celular no presídio, o que é proibido.
A VEP (Vara de Execuções Penais) deve se pronunciar esta semana sobre o pedido de urgência feito pelo presidente interino do STF (Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandowski sobre o caso.
Se autorizado, Dirceu será transferido da Papuda para o CPP (Centro de Progressão Penitenciária), onde será obrigado a dormir.
Durante o dia, ele trabalhará na biblioteca de um escritório de advocacia. A defesa pedirá ainda para que ele passe, a cada 15 dias, um final semana em casa.
Multa
Entrará no ar ainda esta semana um site de doação de dinheiro para o ex-ministro. A quantia será usada para o pagamento da multa imposta pelo STF. O valor inicialmente de R$ 676 mil sofreu um reajuste de 43%.