Mulheres na menopausa e com HPV podem desenvolver doenças cardíacas, afirma pesquisa apoiada pelo Governo do Maranhão

As mulheres na menopausa que foram infectadas com o vírus do papiloma humano (HPV) podem enfrentar um risco aumentado de desenvolver doenças cardíacas, revelou um estudo apoiado pelo Governo do Maranhão. A pesquisa, conduzida pelo professor Rui Miguel Gil da Costa, do Departamento de Morfologia da Universidade Federal do Maranhão (Ufma), destaca uma nova perspectiva sobre a saúde cardiovascular feminina.

O estudo, intitulado 'Envolvimento do HPV na doença arterial coronariana em mulheres climatéricas: atenção à saúde no Maranhão', aponta uma correlação entre a presença do HPV e o aumento do risco de desenvolvimento de doenças coronárias em mulheres na menopausa. Essa descoberta lança luz sobre a importância de medidas preventivas e tratamentos direcionados a esse grupo específico.

De acordo com o professor Rui Gil da Costa, o estudo avaliou 71 pacientes na faixa etária da menopausa, das quais 36,6% apresentaram infecção por HPV. A pesquisa identificou uma associação significativa entre a presença do HPV e a doença coronariana, sugerindo uma possível relação causal que requer estudos adicionais para ser compreendida em sua totalidade.

O estudo também destaca que mulheres na menopausa com HPV têm maior probabilidade de desenvolver lesões cardíacas, como entupimento das veias coronárias, aumentando o risco de infarto. Essa descoberta tem implicações importantes no desenvolvimento de políticas de saúde mais direcionadas e eficazes para o tratamento de doenças cardiovasculares em mulheres na menopausa.

O presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema), Nordman Wall, ressaltou a importância do apoio à pesquisa científica e o compromisso do governo do Estado em promover avanços na área da saúde. A pesquisa, financiada pelo edital 'Programa Pesquisa para o SUS: gestão compartilhada em saúde (PPSUS)', destaca-se como uma contribuição significativa para o entendimento das complexidades da saúde feminina e o desenvolvimento de políticas de saúde mais eficazes.

A descoberta dessa conexão entre doenças cardíacas, menopausa e HPV oferece oportunidades promissoras para avanços no campo da cardiologia. Os pesquisadores enfatizam a importância de políticas de saúde direcionadas a esse público específico, visando a prevenção, diagnóstico precoce e tratamentos mais eficazes.

Diante desses resultados, fica evidente a necessidade de uma abordagem mais abrangente e personalizada no cuidado da saúde cardiovascular das mulheres na menopausa, integrando medidas preventivas e de tratamento específicas para aqueles com infecção por HPV.

A pesquisa destaca-se como um marco significativo no entendimento da saúde cardiovascular feminina e fornece novas perspectivas sobre os fatores de risco associados às doenças cardíacas, contribuindo para o desenvolvimento de políticas de saúde mais eficazes e direcionadas a esse grupo específico.