Outubro começou e é hora do alerta sobre o câncer de mama, uma doença que, no Brasil, é a primeira causa de morte entre as mulheres. Ao longo de todo o mês, campanhas que visam conscientizar sobre a importância do diagnóstico precoce entram em cena no mundo todo: é o Outubro Rosa.
Apenas em 2016 foram quase 58 mil novos casos no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), com as regiões Sudeste, Nordeste e Sul liderando as estimativas.
O estado de São Paulo é o que possui o maior número estimado para novos casos: 15.570 mulheres diagnosticadas em um universo de 57.960 pacientes.
Sintomas
O sinal mais comum do câncer da mama é o aparecimento de um nódulo, ou endurecimento, no seio, sobretudo um nódulo que não desaparece e que não muda de aspecto quando apalpado. Mas só a realização da mamografia poderá dizer em que estágio a doença se encontra.
Em casos mais avançados, outros sinais a serem observados são: edema (inchaço), ruga (retração da pele), "dimple" (covinha, escavação), eritema, ulceração da pele e sangramento pelo mamilo, desvio do mamilo e alteração da aréola.
O câncer de mama, no início, não causa dor, mas qualquer desconforto mamário que aconteça fora do período pré-menstrual é um alerta para que se procure um especialista.
Tratamentos alternativos
Em entrevista ao repórter Carlos Minuano, do Metro Jornal, o mastologista Sérgio Mendes destacou novos tratamentos para o câncer de mama, principalmente na oncologia clínica.
"O conhecimento sobre a doença tem evoluído bastante e hoje existem medicamentos que podem reduzir muito os tumores, fazendo-os desaparecer. Porém eles são muito específicos e seus efeitos ainda variam em muitos casos", explica o médico, que trabalha no Hospital São José, da Beneficiência Portuguesa de São Paulo.
"Outra novidade é o desenvolvimento acelerado da imunoterapia, que, em um futuro muito próximo, substituirá a quimioterapia e aumentará as chances de cura da doença", prevê Mendes.
Em caso de tratamento cirúrgico, lembra o especialista, é comum que a paciente já se submeta à reconstrução mamária, o que muito ajuda na autoestima.
Por mais direitos
Após o diagnóstico, é muito importante que se tenha acesso rápido aos tratamentos e terapias para controle durante todas as fases da doença. Para isso, a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama) uniu-se à campanha Outubro Rosa com a hastag #acessoja - a ideia é cobrar agilidade para quem depende do Sistema Único de Saúde (SUS).
Entre esses direitos estão o diagnóstico de câncer em até 30 dias; o início do tratamento em até 60 dias; e a inclusão de tratamento para pacientes com câncer de mama metastático - aquele que já se espalhou para outras partes do corpo.
Autoexame
Quando a mulher percebe um nódulo (ou qualquer outra alteração) nos seios, deve procurar imediatamente o médico. A doença apresenta 95% de chance de ser vencida quando é descoberta em seus estágios iniciais.
É recomendável que mulheres a partir de 20 anos façam o auto-exame mensalmente e entre em contato com um especialista para examinar a mama a cada dois anos, uma rotina que deve se estender até os 49 anos, mesmo que não apresentem sintomas. Com 50 anos ou mais, o recomendado é uma mamografia anualmente.
Aplicativos para celulares, como o Laço Rosa Neo Mama, ensinam a mulher a fazer o autoexame por meio de texto e ilustrações.
Vitória a bordo
A empresa de aviação Azul também faz parte do Outubro Rosa. Em parceria com a Femama, um grupo de mulheres que venceram o câncer de mama - as Vitoriosas – entrarão em aeronaves em 10 cidades do país para divulgar dicas para detecção precoce à doença e contar sobre suas histórias de superação. A Azul é a Femama são parceiras há seis anos, mas é a primeira vez que realizam uma ação desse porte.