A presidente Dilma Rousseff (PT) recusou a carta credencial do novo embaixador da Indonésia no Brasil, Toto Riyanto, nesta sexta-feira. Com isso, ele não poderá representar a Indonésia em audiências ou solenidades oficiais no Brasil.
Toto Riyanto esteve no Palácio do Planalto para repassar ao governo brasileiro a carta credencial, assim como os novos embaixadores da Venezuela, de El Salvador, do Panamá, do Senegal e da Grécia. A cerimônia foi encerrada sem a participação do indonésio.
“Achamos que é importante que haja uma evolução na situação para que a gente tenha clareza em que condições estão as relações da Indonésia com o Brasil. O que nós fizemos foi atrasar um pouco o recebimento de credenciais, nada mais que isso”, explicou a presidente em entrevista após a cerimônia.
Foi a primeira vez que ela conversou com jornalistas desde o fim de dezembro, antes de tomar posse para o segundo mandato.
No dia 17 de janeiro, o brasileiro Marco Archer foi fuzilado na Indonésia, em cumprimento à pena de morte por tráfico de drogas.
Após a execução, Dilma divulgou comunicado em que dizia estar "consternada e indignada" com o fuzilamento de Archer. A presidente também convocou o embaixador brasileiro na Indonésia, um ato diplomático que demonstrou a insatisfação do Brasil.
Outro brasileiro condenado à pena de morte no país, Rodrigo Gularte, seria fuzilado ainda em fevereiro. O governo da Indonésia, no entanto, teria adiado a execução das 11 pessoas - entre elas o brasileiro - que seriam mortas neste mês.
Rodrigo Gularte foi condenado em 2004, após tentar entrar no país com 6 quilos de cocaína escondidos em pranchas de surf.