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27/10/2014 às 08h39min - Atualizada em 27/10/2014 às 08h39min

Dilma ficará mais dependente de outros partidos

- Band

A presidente Dilma Rousseff assumirá o mandato no ano que vem com uma base menor na Câmara dos Deputados. O PT continuará com a maior bancada na Casa, mas com 18 deputados a menos do que hoje. Serão 70 deputados em 2015 contra os 88 atuais.

Os nove partidos que estão na chapa que elegeu Dilma Rousseff (PT, PMDB, PSD, PP, PR, Pros, PDT, PCdoB e PRB) elegeram 304 deputados, 36 a menos do que na eleição passada.

Com a diminuição do PT e dos aliados, a presidente ficará mais dependente dos outrospartidos para conseguir os votos necessários para aprovar seus projetos. Alguns deputados já cobram mudanças na relação com o governo.

O deputado Luciano Castro (PR-RR) avalia que a presidente reeleita terá de reconstruir as relações com os partidos. "A base diminuiu um pouco, então será necessário um pouco mais de cuidado e a formação de alianças que deem sustentação ao governo", disse.

O PR está na chapa de Dilma, mas ameaçou retirar o seu apoio antes do começo da campanha. O líder do partido, deputado Bernardo Santana de Vasconcellos (MG), chegou a liderar um movimento para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva substituísse Dilma Rousseff no pleito.

Bancada do PMDB

O apoio integral dos 66 deputados eleitos pelo PMDB também deverá ser negociado, já que o segundo maior partido da Casa ficou dividido entre Dilma e Aécio durante a eleição. O racha ficou evidente na convenção da legenda, em que 42% foram contrários à aliança.

Líderes petistas, no entanto, dizem que as relações com o Congresso a partir do ano que vem não serão muito diferentes do que o praticado nestes quatro anos. O líder do governo, deputado Henrique Fontana (PT-RS), afirmou que as mudanças só virão se for aprovada uma reforma política.

"As relações vão continuar sendo muito semelhantes às de hoje, temos um sistema político que precisa ser alterado, que está gerando uma pulverização muito grande de partidos, o que dificulta a governabilidade de qualquer presidente", disse Fontana.

Dilma terá de lidar com 28 partidos com representação na Câmara, 6 a mais do que hoje.

O deputado Afonso Florence (BA), que é vice-líder do PT, explicou que os partidos da base nunca se comportam da mesma forma diante de cada tema e que o governo vai ter de continuar negociando assunto por assunto com cada partido, como já faz hoje. "Nada se repete na vida tal qual aconteceu antes, mas a orientação política geral do governo não deve mudar. É da natureza da democracia que, a cada tema controverso, haja necessidade de muita conversa", disse.

Petrobras

Para a oposição, o segundo mandato da presidente terá muita turbulência. O líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), afirmou que vai insistir nas investigações de escândalos envolvendo o governo federal, como é o caso da Petrobras. "Haverá tumulto político geral tendo em vista esse quadro de contaminação do governo com os escândalos da Petrobras. A comissão parlamentar de inquérito terá de ser retomada na próxima legislatura, inclusive com possíveis processos de quebra de decoro parlamentar contra parlamentares envolvidos", disse o líder oposicionista.

A CPMI da Petrobras tem funcionamento garantido até 23 de novembro. Para continuar as investigações, será necessário um novo pedido de investigação, com o apoio de 1/3 da Câmara e 1/3 do Senado.

Os partidos que estavam na chapa de Aécio Neves (PSDB, PMN, SD, DEM, PEN, PTN, PTB, PTC e PTdoB) elegeram 130 deputados. O PSDB será o maior partido de oposição, com 54 deputados – 10 a mais do que a bancada atual.

PPS e PSB, que apoiaram a candidata Marina Silva, negociam uma fusão entre as duas legendas. Juntos, os dois partidos teriam 44 representantes na Câmara.


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