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24/01/2020 às 08h25min - Atualizada em 24/01/2020 às 08h25min

Velório de Jennyfer é marcado por dor e revolta

Reprodução

Era para levar a mim e deixar a minha filha viver”, gritou emocionado Luiz Claudio Martins, o pai da manicure Jennyfer Karen da Silva Martins, 20. A jovem morreu na noite da última quarta-feira (22), em decorrência dos traumas que sofreu ao ser agredida, estuprada e asfixiada. O velório é realizado desde a tarde de ontem em uma capela particular na travessa Lomas Valentinas, no bairro do Marco, em Belém. Familiares, amigos e pessoas que não conheciam a manicure, mas que se sensibilizaram com o que aconteceu com ela, também se emocionaram durante as homenagens e despedidas da garota que, mesmo sedada, lutou pela vida durante os 11 dias em que ficou hospitalizada.

Jennyfer é a segunda vítima a não sobreviver os ataques praticados por um adolescente de 17 anos, acusado de cometer uma série de estupros, roubos e outras agressões contra, pelo menos, sete mulheres no município de Marituba, Região Metropolitana de Belém. Ela foi violentada sexualmente e agredida na manhã do último dia 11, depois de marcar para fazer as unhas de uma nova cliente. No entanto, a suposta cliente era, na verdade, o adolescente que se passava por mulher para atrair as vítimas.

A primeira vítima a não resistir foi a cabeleireira Samara Mescouto, também de 20 anos, estuprada e morta, no último dia 10. Neste crime, a polícia indiciou também Jederson Menezes Alves, 20, que está preso à disposição da Justiça. O adolescente segue internado em uma unidade da Fundação de Atendimento Socioeducativo do Pará (Fasepa), também à disposição da Justiça. O Ministério Público do Estado aguarda o desfecho das investigações sobre os casos, que seguem sob sigilo pela Polícia Civil.

A irmã de Jennyfer, que teve o nome e idade preservados, também foi vítima do ataque, mas conseguiu sobreviver e escapar do acusado. Foi ela, juntamente com seguranças de uma empresa particular, que encontrou Jennyfer despida e inconsciente em uma área de mata. A jovem estava inconsolável durante o velório.

O pai, Luiz Claudio, e a mãe, dona Cristiane Silva, precisaram ser por várias vezes amparados pelos familiares. O namorado, que também teve o nome preservado, ficou o tempo todo ao lado do caixão, junto da então sogra. Ele foi o único que conseguiu se segurar emocionalmente para conversar com os jornalistas. Lembrou que começou a namorar com a manicure quando os dois tinham apenas 15 anos de idade. “Íamos fazer cinco anos de namoro e tínhamos muitos planos e sonhos. Tudo foi interrompido e de forma tão brusca e cruel”, ressaltou. “A gente não queria, mas tivemos de nos preparar para o pior. Temos de ser fortes igual a ela (Jennyfer) que lutou bravamente para viver”, completou.

O jovem lembrou que quando a equipe médica anunciou a morte cerebral da manicure, os pais não permitiram que os aparelhos fossem desligados. “Tinham a esperança de um milagre, que ela pudesse voltar. Mas depois veio a parada cardiorrespiratória”, resumiu. “Vou lembrar do carisma dela, do jeito carinhoso dela”, encerrou.

Polícia Civil atua sob sigilo para não atrapalhar o caso

A Polícia Civil informou que as investigações continuam e que novos detalhes sobre as diligências não serão mais divulgados para não atrapalhar o trabalho das equipes. O adolescente continuará internado e irá responder por mais um caso de latrocínio e estupro. No boletim de ocorrência policial que comunica o falecimento de Jennyfer, a morte dela está tipificada como feminicídio.

Segundo o levantamento inicial, o outro suspeito, Jederson Menezes Alves, 20, não teve participação na morte da segunda vítima.

Pelo menos sete mulheres teriam sido atacadas pela dupla. A maioria delas trabalha com serviço de estética e venda de produtos de beleza. Elas anunciavam os serviços e produtos nas redes sociais – principalmente no Facebook – e o adolescente entrava em contato. Ele sempre se apresentava como mulher, em alguns casos dava o nome de ‘Rayssa’, e combinava de buscar as vítimas em local público, mas depois as levava para uma área de mata onde as espancava, estuprava e tentava matá-las por estrangulamento.

Os dois acusados da série de roubos, estupros e morte de mulheres em Marituba já possuem antecedentes criminais por roubo qualificado. O adulto – Jederson Menezes Alves – foi preso em janeiro do ano passado e o processo desse caso tramita na Comarca de Tomé-Açu.

Em relação ao adolescente também há processos pelo mesmo tipo de delito, porém por ser menor de 18 anos de idade, os dados e informações seguem sob sigilo.

Com informações do Diário On-line de Notícias.

 


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