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24/10/2014 às 09h57min - Atualizada em 24/10/2014 às 09h57min

Campeão da NBA, Splitter relembra conquista

- emaranhense.com
Band

A temporada de basquete norte-americana começará na próxima terça-feira (27), o Portal da Band, direto de San Antonio, entrevistou  Tiago Splitter para relembrar suas conquistas, fazer um prognóstico do que terá pela frente na NBA e comentar o desempenho do Brasil no Mundial.


O jogador se consagrou campeão  da NBA no dia 15 de junho na excelente campanha do San Antonio Spurs nas  finais da liga norte-americana.


O catarinense tem 2,10 m e é o primeiro brasileiro a conquistar esse título e quando questionado sobre os momentos mais marcantes ele ressaltou que " cada série teve um momento especial, mas eu acho que o momento mais marcante foi o final do quinto jogo contra o Miami Heat, quando faltavam dois minutos e o nosso técnico tirou o Tim Duncan, o Manu Ginobili e o Tony Parker da quadra. Estávamos ganhando por 20 pontos e sabíamos que seríamos campeões"


 


 Nas duas primeiras séries de playoffs, você teve um papel fundamental por marcar Dirk Nowitzki e LaMarcus Aldridge, os melhores jogadores de Dallas e Portland, respectivamente. Como foi encarar essa missão?
Isso é muito de posição e estratégia de jogo. A estratégia do nosso time era me colocar em cima dos dois. São jogadores de grande qualidade ofensiva e eu consegui fazer um bom trabalho, fui feliz defendendo eles. Isso ajudou muito o time a passar por Dallas, que foi o time que nos deu mais deu trabalho nos playoffs.
E por que foi tão difícil marcá-los?
 
São arremessadores grandes. Eles têm uma mecânica de arremesso que solta a bola muito alto. É muito difícil você dar um toco nos arremessos deles. São jogadores complicados de defender, com muita qualidade e técnica. Eu tive que usar um pouco de tudo – experiência, intensidade, agressividade – para que eles não tivessem jogos tão espetaculares.
 
Nas duas últimas séries, devido ao estilo de jogo de Oklahoma City Thunder e Miami Heat, você ficou menos tempo em quadra e inclusive chegou a ir para o banco. Como foi lidar com isso?

É normal, isso acontece. No caso, o Boris Diaw teve menos tempo nas duas primeiras séries dos playoffs e ganhou mais protagonismo nas duas seguintes. É o que eu falei, é estratégia. Cada um tem uma característica de jogo e para nós era melhor começar com o Boris, que é mais ágil e pode defender um pivô pequeno. Essa foi a escolha do nosso técnico e deu certo.
 
Pelo estilo de jogo coletivo e pela reação dos atletas em quadra, San Antonio parece um time bem unido. Como é o elenco nos bastidores?

Com certeza é unido. Fora da quadra não é muito diferente dos outros times em que joguei. É um time que se dá bem, que está junto fora da quadra e depois funciona muito bem dentro dela. Nós treinamos certo, temos um grupo que se conhece faz tempo e cada um sabe sua função. Também temos um técnico que tem o respeito muito grande dos jogadores. Tudo isso faz parte para ter um jogo coletivo.
 
Com cinco títulos no currículo, Gregg Popovich é reconhecido como um dos melhores técnicos da NBA. Por que ele é tão bom?
 
Por quê? Porque ele sabe muito de basquete, tem o respeito de todos. Não só dos outros técnicos, mas também dos juízes, dos adversários e, obviamente, dos jogadores que tem na mão. Todo mundo segue o que ele fizer e falar, senão você não vai JOGAR. É um time em que o técnico tem muito poder dentro do grupo.
 
Dos 15 atletas campeões pelos Spurs, nove são estrangeiros. É uma política do clube? E isso influencia no estilo de jogo?
 
Não é uma política. Acho que são jogadores que se adaptam à maneira como o Popovich quer jogar. É claro que se pudesse, ele iria contratar 12 LeBron James, ou 12 Kevin Durant, mas não funciona assim. Então, dentro das possibilidades que tem, ele acha que esses jogadores são os que se encaixam melhor na forma de jogo. E acontece que eles são estrangeiros. Não sei o porquê, se é coincidência ou não. Temos americanos também e muitos atleras formados aqui nos EUA, como os australianos Patty Mills e Aron Baynes e o canadense Cory Joseph. Não é porque é estrangeiro que vai jogar aqui. Vai jogar aqui se atuar da forma que o Popovich quer.
 
Seu parceiro de garrafão é o Tim Duncan, um dos maiores jogadores de todos os tempos. O que faz dele um craque? 
 
A consistência, o trabalho diário. Essa vontade de vir aqui todo dia e fazer a mesma coisa há 17 anos. É claro que ele tem um talento extraordinário para JOGAR, uma calma que pouca gente tem dentro de uma quadra de basquete. Mas essa ética de trabalho é o mais importante.
 
Aos 38 anos, Duncan já é um veterano. Ele já agradeceu por você ter o trabalho duro de marcar os melhores pivôs das equipes adversárias?

(Risos) Não, acho que cada um faz seu papel. Eu tenho que agradecer mais por tudo que ele fez por mim aqui. Sabemos o que temos que fazer dentro da quadra, é assim que funciona.
 
Como você explicaria seu papel nos Spurs?
 
Meu papel é fazer uma boa defesa, pegar rebote, dar bons passes, fazer bons bloqueios. O Popovich nunca chegou para mim e falou “vai lá e faz 20 pontos”. Eu tento ser um jogador de time, importante para o sistema dele. No ataque, tem outros jogadores com quem distribuir o peso.
 
Quais são os principais rivais dos Spurs na Conferência Oeste?

Oklahoma continua com um grande time, que é novo, mas está cada vez mais experiente e já esteve muito perto de ser campeão. Portland é outro time novo, com muito talento, que vem crescendo e tem tudo para dar certo no FUTURO. Dallas é uma equipe que nos deu mais problemas nos playoffs e acho que esse ano eles estarão ainda melhores por terem feito grandes contratações. O Los Angeles Clippers sempre dá muito trabalho, é time muito atlético. O Golden State Warriors corre muito, tem muito talento. Acho que são esses times aí, com Oklahoma um pouquinho à frente.
 
E na Conferência Leste, quais são as equipes mais fortes?
 
Acho que os três grandes, na teoria, são Cleveland Cavaliers, Chicago Bulls e Miami Heat. Com a chegada do LeBron James e do Kevin Love, o Cleveland cresceu bastante, é um time com talento, com peso, atlético. Não vai ser fácil para os times do Oeste.
 
O Varejão voltou a ser companheiro de LeBron nos Cavs. Na Seleção, como o brasileiro estava se sentindo com a notícia do retorno de James?
 
Ele estava muito feliz. É um amigo dele de muitos anos, desde que jogaram juntos. Não só ele, mas a cidade inteira deu uma animada. Eles queriam que ele voltasse. Acho que isso é bom para a NBA, é bom para todo o marketing da liga.
 
Para a surpresa de muitos, o prêmio de melhor jogador das Finais da NBA não ficou com Duncan, Parker ou Ginobili, mas com o jovem Kawhi Leonard, de 23 anos. Ele é considerado o FUTURO da equipe?
 
Com certeza, é o FUTURO dessa franquia, acho que todo mundo sabe disso. Ele é uma estrela típica do San Antonio. É um cara bem quieto, com uma personalidade muito parecida com a do Tim Duncan. Não é o cara que vai estar em todas as entrevistas, nem vai estar em todas as propagandas na televisão. Ele é um cara muito na dele, mais apagado e quieto, mas na quadra ele ajuda o San Antonio a ganhar.
 
Na sua opinião, qual o ponto forte dos Spurs?
 
A forma como jogamos. É difícil você parar todos os jogadores. A coletividade é o ponto forte dos Spurs.
 
E o ponto fraco, se é que existe algum?
 
Acho que temos o time menos atlético da liga.
 
Mudando um pouco de assunto, como você avalia a participação da Seleção Brasileira no Mundial?

Foi boa até o último jogo (a derrota por 84 a 56 para a Sérvia nas quartas de final). Fizemos um grande torneio, ganhamos de grandes times e perdemos para uma equipe que estava realmente inspirada naquele dia em que fizemos um jogo ruim. É o que acontece no Mundial, num mata-mata. Viemos de uma grande vitória sobre a Argentina (nas oitavas), uma seleção que estava engasgada. Talvez tenhamos pecado por relaxamento, não sei. Espero que não. Espero que não seja essa a palavra. Mas realmente não jogamos bem, nem eu, nem muitos no time. Acho que o único que se salvou naquele dia foi o Varejão. Acontece. Infelizmente, vários jogadores jogaram mal e a não conseguimos levar a vitória.

Como você avalia o trabalho do técnico Rubén Magnano?
 
Muito bom. Ele é um cara muito competente, é o cara mais dedicado do time, é o cara que assiste ao vídeo do treino depois do treino, é um cara que está estudando constantemente. Ele tenta fazer o melhor para o time com o que tem na mão. A culpa de termos perdidos para a Sérvia não é dele, de jeito nenhum. Sempre falamos que a culpa é do grupo. O que importa é que temos que continuar. Acho que esse grupo tem mais uma chance de conseguir algo grande nas Olimpíadas do Rio.
 
E como está o engajamento do grupo para as Olimpíadas?
 
Todo mundo ficou com vontade de conseguir alguma coisa. É claro que muitos já estarão em uma idade avançada, mas acho que quem estiver bem vai querer JOGARe representar o Brasil.
 
Para encerrar, qual é a sensação de ser o primeiro brasileiro campeão da NBA?
 
Não sei se por ser brasileiro ou não, mas eu fiquei muito feliz de conseguir esse anel. Às vezes é meio egoísta, mas quando eu fui para a NBA e cheguei a um bom time, sempre achei que seria campeão. Foi ótimo que eu consegui esse objetivo, que era uma meta na minha carreira esportiva. Claro, sou o primeiro, mas espero que muitos brasileiros ainda possam alcançar esse feito e comemorar também.

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