A situação da Portuguesa na Série B – 20ª colocada, com 21 pontos, a 12 do Bragantino, primeira equipe fora da Z4 – levou a diretoria do clube a afastar alguns jogadores do seu elenco, como Allan Dias e Jocinei, que foram titulares no último sábado, diante do América-MG, e Alemão, contratado para solucionar o problema ofensivo.
“A diretoria pegou alguns jogadores para treinar em separado. Não sei explicar [o motivo]. Não tem critério algum. É claro que fico chateado, porque cheguei com boa intenção e depois começo a ver toda a palhaçada que envolve tudo isso, mas estou com a minha consciência tranquila, porque a minha parte eu tentei fazer. Sei que fiquei devendo, assim como muitos outros”, disparou o centroavante ex-Ponte Preta, em entrevista exclusiva ao Portal da Band.
Visivelmente chateado com o ocorrido, Alemão, que não atua desde o dia 23 de setembro, diante do Náutico, pela 25ª rodada, não poupou os dirigentes rubro-verdes e fez duras críticas em relação ao atraso de salários.
“A diretoria não paga ninguém. Tem jogador que está sem receber há cinco meses. Essa é a verdade. Tem outros que estão há quatro, outros, há três. Eles escolhem quem vai pagar. Me paga, mas não paga o outro, por exemplo. Ou paga todo mundo ou não paga ninguém, pô. Essa diretoria é incompetente e mentirosa. Tem muita gente safada ali”.
Revelado pelo Santos em 2008, o atacante de 25 anos destacou-se com a camisa do Guaratinguetá, em 2012, equipe mais arrumada que a Rubro-Verde, de acordo com o jogador.
“Nunca vi um clube tão desorganizado como a Portuguesa. Nem o Guaratinguetá, que é considerado pequeno, é assim. A Lusa é um time de tradição, tem camisa, e onde já joguei quando pequeno. É um clube que gosto, que tenho história, e que não merece passar por isso”.
Embora ainda existam chances remotas de o clube do Canindé escapar do rebaixamento – precisa de oito vitórias nos últimos nove jogos – Alemão já joga a toalha e decreta o primeiro descenso da Lusa à Série C em toda sua história.
“Sendo bem sincero, não creio na permanência. Já foi, não adianta mais. Não tem mais condições, não adianta ser hipócrita. A maior vítima é o torcedor. A gente sofre porque é a nossa cara que está sendo transmitida, mas os torcedores sofrem mais. Eles não sabem do que acontece”.
Apesar do afastamento, o centroavante afirma que aceitaria ser reintegrado caso fosse pedido, mas avisa: jogaria apenas pela sua família e pela torcida.
“Tenho contrato e vou ficar treinando até o final do ano, porque não posso me transferir para outro clube. Se me chamarem, eu vou jogar. A gente busca forças na nossa família e nos torcedores, porque se for para jogar pelo técnico ou pela diretoria, não tem nem que dar um pique. Não merecem”, bradou.
